segunda-feira, 6 de junho de 2011

De uma breve historia da politica ao homem em três atos

Olá,
   Venho aqui trazer minhas idéias, como já contempladas pelo meu amigo Sávio, propedêuticas sobre o assunto vislumbrado pelo presente blog, a política. 
Trago a todos, nesse sentido, um pouco do pensamento de um dos maiores oradores e propagadores de ideologias da história, Benito Mussolini. Não obstante alguns leitores, aqui, observarem com estranheza as referências aqui feitas, acredito ser imprescindível o pensamento político de Mussolini, a fim de que se chegue ao âmago das problemáticas atuais no que concerne ao mesmo tema, a política.
Num de seus célebres discursos, o referido autor afirmou que se a política é a arte de conduzir os homens, ou seja, orientar, utilizar, educar suas paixões, seu egoísmo e seus interesses face de objetivos que transcendem, quase sempre, a personalidade individual, porque projetadas para o futuro, então, o pressuposto dessa arte é o homem. A partir dessa definição, pois, podemos retomar alguns aspectos que, em sua ampla harmonia, mostram uma intensa polifonia, o que nos remonta a autores históricos como Maquiavel e Aristóteles, citados mais adiante.
   Atento para um aspecto fundamental no discurso de Mussolini, há pouco citado, o homem. O ser humano, cabe ressaltar, é a grande condição e finalidade da política. Então, voltemos a perguntas corriqueiras: “Como vamos mudar a realidade política do nosso país?” Digo, amigos, que a resposta não está na infra-estrutura ou superestrutura, a solução está no que “criou” essas duas, no homem. Simples? Eis a questão. Se o racionalismo de Descartes já apontava uma sistematização do mundo como algo a ser concebido, teorizado, as ciências humanas, empiricamente falando, viram quão problemático é o objetivo de pesquisa, o tão comentado ser humano. A personalidade humana é tão ampla e diversa que acaba “dizendo” à ciência a impossibilidade de ser unificada em uma lei. É então que vemos que “besteiras” faladas por Aristóteles em séculos antes de cristo fazem sentido, eis, amigos, o tratamento desigual para os desiguais, base de sua justiça distributiva, também, influenciada por Platão. 
   Trazendo aos modernos, encontramos com Maquiavel uma concepção negativista e não menos pluralista dos homens. Segundo o autor do clássico “O Príncipe”, a arte do poder político do estado seria o de limitar uma tendência egoísta do indivíduo, que seria mesquinho, mórbido e interesseiro, para uma tendência unificadora, fincada na figura do príncipe, alguém forte e astuto. Eis, leitores, uma aspiração política do estado para com o ser. Esse atomismo social maquiavélico nos fornece somente o que já foi afirmado no início, o indivíduo como base da política. 
   Retomando Aristóteles, volto-me a uma das frases mais ditas no mundo político, aspirante a clichê: “O homem é um animal político (zoon politikon)”. Soa até engraçado (meus amigos vão rir das minhas referencias à Aristóteles aqui), entretanto afirmo que toda base do pensamento moderno se volta, sempre, a Aristóteles. A idéia do animal político é uma dos alicerces da minha conclusão à resposta inicial das problemáticas políticas. Tal atribuição ao ser nos dá a noção de que até quando estou, como neste momento, escrevendo um texto, sou político. Quando me relaciono com meu vizinho, sou político. Ou ao relacionar-me com minha mãe (a literal, não a política), sou um animal, sou um político. Finalista, teleológico, significativo, eis, meus caros, o homem.
   Concluo essa extensa chatice que, sabe-se lá como, ouso-me a escrever, dizendo que se quisermos melhorar a humanidade, devemos pensar no homem. Cristovam Buarque já disse, numa cena que me encantou, à sua maneira, algo parecido com o pensamento elucidado aqui, num congresso quando lhe foi perguntado sobre a internacionalização da Amazônia, ou seja, se ela deveria ser efetivamente, concebida como patrimônio da humanidade para que as outras soberanias atuassem na mesma,. Afirmou o nobre escritor e político que assim como a Amazônia, a criança é patrimônio da humanidade. A criança é o indivíduo, é o zoon politilikon.  Deve ser atentada e assistida em todas as suas etapas de vida, ela é e será, a um só tempo, o nosso presente e futuro político, aquele que irá ditar como será a humanidade um dia. Aí está o a resposta para as problemáticas políticas: seremos bem sucedidos na política quando começarmos a tratar com respeito esse que é o artista do mundo, o homem.  

Por Gabriel Lima (colaborador do Política Pará)

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